De Minerva G. Harkness
(ultima mensagem da Liahona do mês de Set/10)
Um membro de nosso bispado sabia que minha filha de nove anos tinha um aquário e perguntou, certo dia, se ela gostaria de ganhar mais alguns peixes. A família dele ia sair de férias e precisava esvaziar seu aquário. A oferta foi aceita sem pestanejar e, para alegria de minha filha, havia uma fêmea de barrigudinho prenhe no meio do grupo.
Ao voltar da Igreja, certa tarde, minha filha foi verificar o aquário, como de costume, para ver se cada um dos peixes estava feliz e saudável. Para sua surpresa, encontrou quatro alevinos recém-nascidos. A fêmea de barrigudinho tinha começado a dar à luz. Rapidamente, ela transferiu os bebês para a criadeira que os protegeria dos peixes maiores e mais agressivos. Em meio a todo aquele entusiasmo, porém, um dos peixinhos se perdeu. Chorando de decepção, minha filha o localizou entre as pedras do fundo do aquário. Tentou pescá-lo com a rede para colocá-lo na criadeira, mas não conseguia mover o peixinho sem machucá-lo.
Todos os outros peixinhos foram apanhados, e embora a criadeira estivesse repleta de alevinos recém-nascidos, minha filha concentrou toda a atenção naquele que havia caído no meio das pedras. Ficou plantada ao lado do aquário, pronta para ajudá-lo a entrar na criadeira assim que pudesse se mover. Até recusou o jantar, enquanto vigiava o aquário por cerca de quatro horas.
Ao observá-la, algo bem familiar e terno me tocou o coração. Pensei no Bom Pastor, que deixou as noventa e nove para procurar a ovelha desgarrada (ver Lucas 15:3–8; João 10:11–14). Todos sabemos como é estar perdido, aflito ou espiritualmente enfermo. Mas nosso Salvador nunca desiste de nós. Está sempre de braços abertos, pronto e disposto a nos resgatar, fortalecer e abençoar.
Embora nem sempre percebamos, o Pai Celestial e o Salvador Jesus Cristo velam carinhosamente por nós, dia e noite, com profunda preocupação pelo nosso bem-estar e pelos caminhos que escolhemos trilhar. Com amor infinito, encarregam Seus anjos de cuidarem de nós, esperando que juntemos forças e fé suficiente para buscar segurança e paz em Seus braços.
Mais tarde, naquele dia, a preocupação que minha filha teve com aquele peixinho foi recompensada. Depois de longas e monótonas horas de espera, o peixinho finalmente se mexeu e lentamente nadou para fora das pedras. Com muito cuidado, ela o colocou na segura e confortável criadeira. Esse foi para mim um grande testemunho do poder alentador do amor.